O relatório, apresentado pelo Governador Óscar Santos, sublinha que a taxa média de inflação caiu para 1% em 2024, reflectindo a queda dos preços dos produtos energéticos e alimentares nos mercados internacionais. Nas contas externas, o país registou um superavit de 3,7% do PIB, graças ao bom desempenho do turismo, reexportações e remessas, o que permitiu o aumento das reservas externas líquidas para cobrir 6,5 meses de importações.
No entanto, as previsões para 2025 e 2026 indicam uma moderação no crescimento.
O PIB deverá crescer 5,5% em 2025 e 5,0% em 2026, impactado pela desaceleração da economia global, aumento das importações e abrandamento das exportações de serviços. A inflação média deverá subir para 1,8% em 2025 e 1,4% em 2026.
O saldo da balança corrente deverá recuar para 2,9% do PIB em 2025 e 2,6% em 2026, reflectindo a moderação nas receitas de turismo e nas remessas. Apesar disso, as reservas devem manter-se em níveis confortáveis, assegurando cobertura para cerca de 6 meses de importações.
Em resposta ao cenário internacional incerto e para reforçar a estabilidade monetária, o BCV anunciou a manutenção das principais taxas de juro, excepto a taxa da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez (FPA), que foi aumentada em 30 pontos base, de 1,95% para 2,25%. A medida visa reduzir a atractividade dos depósitos externos e dinamizar o mercado monetário interno, sem impacto directo sobre os juros para famílias e empresas.